“Cantando Valores” reúne atividades integradoras e de orientação psicossocial.
Oficinas de música, dinâmicas em grupos e encontros entre famílias e equipes da escola para debater e trocar experiências sobre temas relacionados à educação. Esta é a proposta do projeto “Cantando Valores”, da Associação Proarte de Itajaí que, desde abril deste ano, leva atividades de música e orientação psicossocial a 80 crianças e adolescentes de Itajaí (SC), no intuito de cultivar valores para melhor convivência familiar e comunitária.
Toda semana, 40 estudantes entre a 1ª e 3ª série do Ensino Fundamental do Grupo Escolar Carlos de Paula Seára (GECPS), do bairro Nossa Senhora das Graças, participam, em horário escolar, das atividades do projeto desenvolvido pela Proarte. Eles são divididos em dois grupos de 20. Segunda-feira é dia de oficina psicossocial, com início às 15h20 e duração de 45 minutos por grupo. Na quinta-feira à tarde, ocorre a oficina de musicalização, no mesmo horário e com a mesma duração. Pelo menos uma vez por mês, são promovidas palestras para as famílias e professores, com temáticas de interesse comum que despertam discussões entre os pais.
O mesmo acontece com os 40 alunos do Centro Educacional Pedro Rizzi, do bairro Cidade Nova, onde as atividades também são semanais, mas ocorrem em contraturno escolar e destinam-se a estudantes entre o 2º e 9º ano do Ensino Fundamental. Neste espaço, as oficinas de música são às terças-feiras, a partir das 9h30, com 45 minutos por grupo. Às sextas-feiras, são realizadas as oficinas psicossociais, com início às 9h e 45 minutos por turma. No Pedro Rizzi, também estão previstos encontros com as famílias.
As atividades do “Cantado Valores” seguem até o fim do ano letivo de 2016. O projeto é uma parceria com a Prefeitura de Itajaí, com recursos provenientes do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), selecionado por chamamento público para a realização de atividades culturais com crianças e adolescentes.
A coordenadora do projeto, Ana Carolina Vinholi, acrescenta que a proposta contribui para o desenvolvimento integral, sensibilidade musical, concentração, coordenação motora, equilíbrio emocional e convivência em grupo.
Oficinas de música promovem a consciência coletiva
Bárbara Damásio, Willian Goe e Ricardo Domingues são os responsáveis pelas oficinas de musicalização. De forma descontraída e envolvente, os educadores musicais apresentam atividades focadas na Música Popular Brasileira (MPB), oportunizando o acesso a novos repertórios musicais e a possibilidade de construir novos vínculos e perspectivas de futuro. “As oficinas de música melhoram a autoestima, promovem a consciência da participação coletiva e provocam o interesse por novas ocupações, além das escolares”, defende Bárbara.
Construção de relações mais saudáveis
Já as oficinas psicossociais são vivências de grupos de crescimento mediadas pela psicóloga Ana Paula Petry. Os participantes têm espaço e orientação para buscarem o autoconhecimento, desenvolverem mais autonomia e construírem relações mais saudáveis. Os encontros entre as famílias irão gerar informações qualificadas sobre temas do cotidiano familiar. “São muitos os assuntos que interessam às famílias. Falaremos, por exemplo, sobre limites, dificuldade de aprendizagem, conflitos e transtornos da infância”, afirma a psicóloga.
Proarte de Itajaí
A Associação Proarte de Itajaí completa 32 anos de história no mês de maio. Contribuiu, durante este período, no despertar, desenvolvimento e formação de músicos. É uma das mais antigas escolas de música da região. Porém, ampliou sua atividade e, além da proposta das aulas, desenvolve programas focados principalmente no atendimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Possui um corpo técnico formado por profissionais capacitados, alguns renomados nacionalmente e com vivência internacional. Em paralelo, elabora e executa projetos sociais em parceria com instituições públicas e privadas.
A presidente da associação, Eneide Liberato, explica que a escola de música mantém a associação com os recursos provenientes das aulas. Porém, ela alerta que a Proarte tem e sempre terá em sua essência o compromisso social de inserção na comunidade. “Criamos vínculos com as comunidades do nosso entorno. Algumas pessoas chegam a chamar a entidade de Casa Proarte, porque aqui todos são acolhidos. A recíproca é verdadeira, vamos até a população e eles vêm a nós”, pontua.