Com menor custo de manutenção, o sistema também é mais seguro contra roubo de cabos e sobretensões.
É comum nos depararmos com fios de energia cortando o céu das grandes cidades. Apesar de necessário para manter iluminadas as ruas e levar eletricidade para as residências, o cabeamento aéreo pode representar dor de cabeça, isso por conta da poluição visual que gera e do alto custo de manutenção. Entre as soluções mais inteligentes adotadas pelos principais centros urbanos, está a fiação subterrânea.
Problemas de iluminação não são raros de ocorrer, mas inevitavelmente geram contratempos para a população. A boa gestão da iluminação, aliada ao uso de práticas mais eficientes pode tornar situações delicadas como essas menos frequentes. Para o presidente da Quantum Engenharia, Gilberto Vieira, empresa especializada em redes de distribuição subterrâneas, o cabeamento aéreo é menos eficiente. “Apesar de ainda representar a maior parte dos sistemas de iluminação no país, a fiação exposta é altamente suscetível ao vandalismo, ventanias e trovoadas. Isso coloca a segurança da população em risco, causa manutenções constantes, encarecendo os custos para manter tudo operando normalmente”, explica.
No entanto, apesar das desvantagens do cabeamento aéreo, ainda são tímidas as iniciativas para modernizar o sistema. As redes subterrâneas, principal alternativa ao modelo atual, tiveram as primeiras experiências no Brasil ainda em 1938, quando o então Governo Federal solicitou que os cabos de energia aéreos do Rio de Janeiro fossem retirados, o que na época se justificava apenas como medida estética.
O procedimento para instalação da rede subterrânea consiste na instalação de dutos enterrados em valas. Para Vieira, a mudança garante diversos benefícios, entre eles a redução da poluição visual. “Como o sistema subterrâneo é muito mais duradouro acaba, em longo prazo, sendo economicamente mais viável. Isto porque os custos com reparos chegam a ser até 80% menores do que na rede aérea, exigindo menos substituições de cabos e consertos mais espaçados”, afirma.
Em Santa Catarina várias cidades já contam com redes subterrâneas. É o caso, por exemplo, de Joinville, São José, Florianópolis e Lages. No Estado, porém, apenas 1.200 quilômetros das linhas são enterradas. No Brasil, este percentual não chega a 2%. O condomínio La Società San Simone, em Criciúma, decidiu inovar. A fiação aérea foi abolida dos 142 terrenos colocados à venda no empreendimento que fica na região central da cidade. “A poluição visual com a rede aérea é muito grande. No mais, o cabeamento subterrâneo valoriza o metro quadrado em até 40%”, afirma Fernando Luiz Weber, diretor da Weber Empreendimentos, responsável pelo condomínio.
No espaço construído há dois anos, até o momento não foram necessárias manutenções no sistema, que oferece ainda facilidades maiores para fazer a ligação da energia da rua para a residência. Outra vantagem das redes subterrâneas é o fato de não serem condutoras de sobretensões, causa frequente da queima de equipamentos nas residências, ou de vandalismo, com o roubo de cabos.