Psiquiatra da ACP fala sobre a conectividade e as festividades natalinas
O psiquiatra destaca ainda que muitas pessoas comportam-se como se tivessem que estar conectados o tempo todo, porque alguém pode fazer contato, e temos que responder na hora, afinal, a outra pessoa depende de nós, somos muito importantes, e como não vamos ficar o tempo todo verificando se alguém enviou mensagem? Ou se alguém postou aquela janta especial que fez ou aquela série de exercícios na academia? Ou aquelas fotos na festa que estava “o máximo”?
Mas o que isso tem a ver com a época do ano, o Natal?
“Então, o Natal é conhecido por ser uma época especial, onde ressurge o Espírito de Natal, espírito de ajudar os outros, de família unida, e será que a tecnologia pode realmente ser uma inimiga deste espírito?”, questiona o médico.
O psiquiatra sugere que imaginemos a cena de uma família em que muitos, se não todos estão à mesa, mas cada um com seu Smartphone. Onde entraria o espírito de Natal nesta cena? Todos juntos, mas, ao mesmo tempo tão distantes, não conseguindo compartilhar o momento.
Agora imaginem uma outra cena: a família mora em um país e há familiares em viagens ou morando em outro país. E segundo o psiquiatra, para estarem unidos e próximos “em seus corações”, utilizam aplicativos para se conectar e compartilhar o espírito natalino.
“Claro, há mensagens lindas de Natal, mas por favor, nem todo vídeo precisa ser compartilhado com todo mundo, gente! Ou estaremos revivendo (da pior forma) as nada saudosas apresentações em power point com aquelas musiquinhas... Bem, além do contato por vídeo, não podemos esquecer dos e-mails, tanto para cartinhas de Natal para o Papai Noel, mas para os entes queridos. Mas, passada a ceia (guardem os celulares para não caírem na comida), ainda é possível um karaokê em um aplicativo, também unindo os familiares (a taça de champanhe pode ajudar!)”, brinca.
Claro que para que a ajuda aos outros ocorra, sem considerarmos o trabalho voluntário, pessoal, de visita a um orfanato ou alimentar moradores de rua, imagino que somente uma doação via smartphone (para considerar o uso da tecnologia) ou campanhas via whatsapp, por exemplo.
O médico ressalta ainda que não quer dizer que não podemos presentear os que amamos com presentes, ou nos presentearmos igualmente! Só que é preciso ter cuidado com as compras, procurar sites seguros e evitar gastos demais.
“Para isso tudo também existem aplicativos, então, para uma comprinha ou outra o uso dos smartphones “tá liberado”!”, completa Reinhardt.