Em ação de um dia na Black Friday, Dobra conseguiu reunir mais de R$ 20 mil em doações para iniciativas sociais
Uma pequena empresa do interior do Rio Grande do Sul conseguiu mobilizar centenas de pessoas na Black Friday e reunir mais de R$20 mil em doações para projetos sociais em apenas 24 horas vendendo carteiras. A ideia inovadora convidava os consumidores a fazer uma doação a qualquer programa social em sites de crowdfunding na “Giveback Friday”: quem doava, ganhava um segundo produto. O sucesso foi imediato. Agora, a empresa vai lançar a campanha Dobra+1, que destinará R$ 1,00 de cada carteira para um fundo social. A Dobra+1 funcionará durante todo o ano.
“Resolvemos apostar na ideia de que dá para movimentar nossa energia para fazer o bem”, resume Eduardo Hommerding, um dos sócios da Dobra.
“Conseguimos apoio para campanhas como a do menino Gabriel, que precisava arrecadar para seu tratamento de câncer, e a do Natal Invisível do SP invisível que faz um ceia para pessoas em situação de rua em São Paulo. Ou como a da alegre e colorida Teresa, que precisa continuar seu tratamento médico, e a ação do Incare, que busca auxiliar na inserção de refugiados no mercado de trabalho”, resume.
A Dobra produz carteiras extremamente finas, feitas a partir de material semelhante ao papel, com grande durabilidade e design moderno. A marca nasceu em Montenegro (RS) e começou a comercializar seus produtos em 2016. Com operação exclusiva na internet e portfólio de quatro produtos, a Dobra já fez mais de 40 mil vendas apenas em 2017.
Os bons números vêm acompanhados de forte preocupação socioambiental, com redução de resíduos, remuneração justa e produção totalmente local. As carteiras são produzidas de forma artesanal e sob demanda. O material utilizado tem a mesma espessura e peso do papel, mas maior durabilidade porque não rasga nem molha. A produção é local, e as costuras e dobras que transformam cada folha em uma carteira são feitas de forma artesanal por uma equipe de 16 pessoas (incluindo os três sócios).
A empresa comercializa três variações de carteiras e um porta-passaporte. As estampas são criadas por designers que enviam sugestões para o site e, se elas forem aceitas, os artistas assinam as estampas e recebem uma comissão por cada carteira vendida com seu trabalho. A empresa também recebe sugestões de novos produtos que possam ser feitos com o material que é característica da marca.
As peças podem ser compradas no site: https://querodobra.com.br/loja/.
Crescimento de 20 vezes baseado no poder da internet
Em março de 2016, a Dobra começou a comercializar seus produtos, e naquele ano vendeu cerca de 2 mil carteiras. A operação deu um salto em 2017: até o final de novembro, a empresa já havia rompido a marca dos 40 mil produtos vendidos.
Para o sócio Eduardo Hommerding, a chave deste crescimento está no investimento em marketing digital e, sobretudo, no potencial viral da experiência de compra:
“Como todo o nosso processo é artesanal, sempre deixamos um bilhete escrito à mão para o dono da carteira. Nossa embalagem vira um cofrinho e toda a comunicação é descontraída. Isso gera indicações e um boca-a-boca que, nas mídias sociais, é amplificado muito rapidamente”, explica.
Preocupação socioambiental
Com o firme propósito de deixar um impacto positivo no mundo a Dobra segue um modelo de gestão fora do comum. A começar pela política de remuneração: dos fundadores ao mais novo contratado, todos na empresa têm o mesmo salário e o mesmo percentual sobre vendas. A decisão de não trabalhar com estoque passa por uma preocupação ambiental, já que evita desperdício de material e energia. Além disso, a Dobra recicla todos os resíduos da produção e incentiva que os clientes enviem suas carteiras antigas para reciclagem, por meio de descontos de 20% na compra de um novo produto e isenção de frete na logística reversa.
SOBRE A DOBRA
A Dobra foi fundada em 2013, pelos sócios Eduardo Hommerding, primo dos irmãos Guilherme Massena e Augusto Massena. A ideia da empresa surgiu em um trabalho de faculdade, em que o modelo da carteira foi prototipado. Durante mais de um ano, os sócios pesquisaram formas de fazer a impressão das folhas sob demanda e a baixo custo. Em março de 2016, começaram a comercializar os produtos. A empresa já vendeu mais de 40 mil carteiras apenas em 2017.